O autoconhecimento te torna poderosa!

REFLEXÕES

Anália Freitas

2/21/20252 min read

Uma das coisas mais importantes no meu processo de autoconhecimento foi perceber que eu tinha um poder, e que esse poder estava sendo entregue a outras pessoas. Eu vou te contar, porque talvez você se identifique!

Mas antes, eu preciso falar sobre o conceito junguiano de sombra. A sombra refere-se aos aspectos da nossa psique que reprimimos, negamos ou esquecemos, principalmente por serem incompatíveis com a identidade que construímos ao longo da vida (por exemplo, se quero parecer sempre uma pessoa calma e serena, sinto que não posso demonstrar raiva ou falar alto). A sombra não é apenas negativa; contém também potenciais não desenvolvidos. Para Jung – e, como terapeuta junguiana, eu concordo plenamente – quanto mais ignoramos a sombra, mais ela se manifesta de forma inconsciente, podendo surgir em projeções nos outros ou em alguns comportamentos impulsivos (e depois a gente ainda diz: "Agi assim, mas nem parecia que era eu!").

Feita essa digressão, sigamos: quanto menos a gente se conhece, quanto menos conhecemos as nossas sombras, maior a tendência de apontarmos o dedo para o outro e dizermos que ele é o problema, que ele causou aquela dor, que ele fez com que eu me sentisse de determinada forma. Entretanto, quando começamos a nos descobrir, passamos a perceber que também há sombras dentro de nós. Encontramos partes difíceis de encarar e entendemos que precisamos nos curar – de nós mesmas, inclusive.

Quando algo te aborrece ou irrita, você pode usar isso como uma oportunidade de aprendizado. Isso pode parecer balela e, até agora, eu ainda não relacionei com o “poder” – mas eu chego lá! Por exemplo: se você escutou a vida inteira, direta ou indiretamente, que não é boa o suficiente, tudo de negativo que for dito sobre você, seu trabalho ou comportamento terá o poder de te abalar. Talvez você se desespere, se sinta mal... Ou seja, quem tem o poder nessa relação?

Com o autoconhecimento, ao perceber que você foi socializada e educada a se sentir assim, quando alguém te disser que discorda de você ou que não gostou de alguma fala ou comportamento seu, você passa a ter a possibilidade de refletir e escolher o que fazer com essa informação: talvez levar em consideração e modificar a forma de falar ou agir, tirar dúvidas, conversar com a pessoa. Você pode também perceber que não há nada de inadequado com você e que aquilo é apenas a percepção do outro. Percebe como o poder volta para você?

Quando você se responsabiliza pelas suas ações e comportamentos, você deixa de dar poder àquela pessoa (quem nunca disse, ouviu ou pensou: "Você é quem me deixa irritada"?) para definir como você deve se sentir ou reagir diante de uma situação.

É por isso que o maior ganho do meu processo de autoconhecimento foi perceber que eu só posso mudar a mim mesma – e essa é minha tarefa. Eu passo a focar em mim e deixo de tentar controlar o outro. Enquanto você continuar querendo que o outro mude para que, então, você se sinta bem, seguirá terceirizando a responsabilidade de se sentir melhor consigo mesma.